quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

3a. idade / Idosos / Velhice - minhas observações no Projeto Epidoso

Perdi minhas avós neste último ano, sogro e sogra também.
Ando questionando essa grande falta de conhecimento sobre a velhice, que parece cada vez ser mais evidente nas novas gerações. Minhas questões surgiram não só pelo que acompanhei junto à eles mas por minhas observações neste período de avaliação dos idosos que participam do projeto epidoso. O que ficou: na observação direta, familiar, vi que é possivel mudar até o final da vida, mudar intrinsicamente, rever valores e modificar padrões, que isso se torna mais fácil ou talvez só possível para aqueles que mantiveram a alegria, o bom humor.
Viver sozinho não deprime necessariamente o ser humano, pois aquele que está acompanhado por vezes se deprime mais. Porém espaços muito longos de tempo colaboram para o sentimento de abandono. Respeitar o desejo do idoso e tentar adequa-lo ao maximo à realidade é um caminho saudável. A conversa, o afago, o carinho físico é fundamental. Poder ir e vir, numa cidade que propicie esse deslocamento é melhor ainda. O idoso que envelhece com a familia, os amigos, produzindo o que valoriza, respeitando o outro, que tira um sarro, que canta ou dança, que faz comida pra todo mundo, que continua seu namoro com a vida, que se aproxima das crianças, de sua religião... que viaja, ou seja, que faz com prazer, e que passa esse sentimento aos outros, esse idoso é mais disposto, mais confiante, menos doente. Nas conversas durante as avaliações fisioterapêuticas notei que aqueles idosos que tinham entre 60 e 70 anos, que ainda produziam e que não estavam absolutamente sozinhos, tinham melhor condição de saúde e expressavam mais ânimo dos que os a partir de 70 anos. Em relação à manutenção e organização da postura também havia uma diferença relevante. E os homens em geral estavam melhores que as mulheres.

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